É BOM PORQUE
É um livro visionário e inteligente que mostra os mares por vezes difíceis de navegar que envolvem o género e a pressão da sociedade mas com sentido de humor e uma leveza que o tornaram um dos mais relevantes da década na ficção transgénero e que está a quebrar barreiras num mercado que, até então, falhou a publicar autores trans. A personagem da Reese, uma mulher trans nos seus 30s, debate-se com questões sobre a falta de futuro, a maternidade e o encontrarmos um propósito para a nossa vida e leva o leitor nesta comédia de costumes que nos espicaça e nos fala, ao mesmo tempo, da violência do mundo transfóbico que desgasta e destrói as pessoas trans ao ponto de a destransição se tornar o seu único recurso para sobreviver. Um livro avassalador, inesquecível.
Destransição, Baby de Torrey Peters
PONTOS A FAVOR
🌈 LGBTQIA+
💪🏼 Incentivo ao diálogo
🥲 Emocionante mas humor ao mesmo tempo
🏆 primeira autora transgénero nomeada para o Women's Prize for Fiction
SINOPSE
Reese, uma mulher transgénero, tinha quase tudo: uma relação amorosa com Amy, igualmente trans, um apartamento em Nova Iorque, um emprego que não odiava. Tinha conseguido juntar o que as gerações anteriores de mulheres transgénero só conseguiam sonhar ter: uma vida de conforto mundano e burguês. A única coisa que faltava era um filho. Mas quando Amy reverteu a transição de género, voltando a ser Ames, tudo se desmoronou. Agora Reese está presa num padrão autodestrutivo: procura evitar a solidão envolvendo-se com homens casados.
Ames também não está feliz. Pensou que o facto de destransicionar para viver como homem lhe facilitaria a vida, mas essa decisão custou-lhe a sua relação com Reese — e perdê-la significou perder a sua única família. Apesar de o seu romance ter terminado, ele anseia por encontrar uma for- ma de voltar para ela. Quando a chefe e amante de Ames, Katrina, revela que está grávida do bebé dele — e que não tem a certeza se quer ficar com ele — Ames pergunta-se se esta é a oportunidade por que tem estado à espera. Poderão os três formar uma espécie de família pouco convencional e criar o bebé juntos?
Um romance de estreia provocador sobre o que acontece nos cantos emocionais, confusos e vulneráveis da feminilidade que os chavões e as boas intenções não conseguem alcançar. Torrey Peters navega de forma brilhante e destemida pelos tabus mais perigosos em torno do género, do sexo e das relações, presenteando-nos com um romance emocionantemente original, espirituoso e profundamente comovente.