É BOM PORQUE
Um oldie que me arrebatou e tinha mesmo de trazer para o Book Gang, pela sua pertinência, mas também pela altura certa para o lermos. Maggie O'Farrell teve 17 encontros com a morte ao longo da sua vida e, neste livro, relata-os com um storytelling viciante, impossível parar de ler. No final do ano, altura em que pensamos na nossa vida e em tudo o que temos, este livro faz-nos pensar na magia e na sorte que é isto de estarmos vivos. É um livro que, no fim de cada história, nos faz respirar fundo para ler a seguinte, que nos faz agradecer por estarmos vivos. Quem acha que pode ser chato por ser não-ficção, de todo, não é nada chato, a forma como esta autora relata os acontecimentos é profundamente deliciosa, cativante e envolvente, faz-nos conectar com ela, conectar com a vida, com o bater do nosso coração. Que descoberta tão mas tão boa que agora passo a vocês.
Este livro é sempre recomendado para os leitores de Livre de Cheryl Strayed e O Ano do Pensamento Mágico de Joan Didion, dois dos livros de memórias de que mais gostei e recomendo.
Estou Viva, Estou Viva, Estou Viva de de Maggie O'Farrell
PONTOS A FAVOR
😍 História real
⏰ Leitura viciante
🗣 Incentivo ao diálogo: morte, saúde mental, doença física
🥵 Inquietante e por vezes perturbador
SINOPSE
«Quando és criança, ninguém te diz: "vais morrer". Tens de descobrir isso por ti. Algumas pistas são: a tua mãe a chorar e, depois, a fingir que não estava a chorar; não deixarem os teus irmãos virem visitar-te; a expressão de preocupação, gravidade e um certo fascínio com que os médicos olham para ti; a maneira como as enfermeiras se esforçam por não te olharem nos olhos; familiares que vêm de muito longe para te verem. Quartos de hospital isolados, procedimentos médicos invasivos e grupos de estudantes de Medicina também são sinais claros. Ver ainda: presentes muito bons.»
Uma doença na infância que deveria ter sido fatal, uma fuga em adolescente que quase termina em desastre, um encontro assustador num caminho isolado, um parto arriscado num hospital com falta de pessoal - estes são apenas quatro dos dezassete encontros com a morte que Maggie O'Farrell, autora multipremiada e uma das vozes mais interessantes da literatura atual, relata na primeira pessoa.
São histórias verdadeiras e fascinantes que impressionam, comovem, arrepiam e, sobretudo, nos fazem recordar que devemos parar, «respirar fundo e ouvir o bater do coração».