É BOM PORQUE
Este livro emocionou-me logo desde o início pela aleatoriedade dos acontecimentos que mudam a nossa vida para sempre, por vezes basta estar no sítio errado à hora errada. Ana e Madalena perdem os maridos quando uma tragédia peculiar toma a vida dos dois, mas uma criança nasce, a Catarina, e vai unir as duas mulheres na sobrevivência, na luta, na raiva, na dor, na saudade, no desespero, na amizade inesperada. É um livro sobre luto e a dor inimaginável de perdermos alguém, mas é também um livro sobre reencontrar beleza na vida, no que fica, na forma como nos reconstruímos. A história é narrada entre o passado e o presente, com flashbacks e muitas repetições propositadas que nos mostram como a forma como cada pessoa lida com o luto é particular, tem alturas que odiamos a Ana, noutras odiamos a Madalena, choramos, rimos, sentimos. Um livro arrebatador que toda a gente tem de ler!
Não Fossem as Sílabas do Sábado de Mariana Salomão Carrara
PONTOS A FAVOR
🗣️ Incentivo ao diálogo: luto, maternidade, amizade
😍 amizade entre duas mulheres
🇧🇷 Autora brasileira
🏆 leitura compulsiva e emocionante
SINOPSE
Meticulosamente burilado a partir do desamparo de uma mulher cujo futuro é interrompido pela morte inesperada do seu companheiro e pelo nascimento de uma filha que terá de criar sozinha, este romance coloca o leitor à janela do luto e diante de um recomeço: Ana perde André, Madalena perde Miguel, Catarina nasce. Uma só tragédia põe fim a histórias que não chegaram a ser traçadas e une para sempre as mulheres que lhe sobreviveram. No ringue onde elas foram lançadas, assistimos a um duro e terno embate de solidões, numa narrativa íntima, que assombra pela lucidez e comove pela universalidade.
Magistral e afinadíssimo — ainda que o tempo se deixe baralhar pelos hiatos e memórias, pelo que nunca chega a acontecer e pelo que nunca deveria ter acontecido —, Não fossem as sílabas do sábado consagra Mariana Salomão Carrara como uma das vozes mais singulares da literatura em língua portuguesa. Assenta num enredo mínimo e alcança uma proeza máxima — a de colocar a literatura ao serviço da intimidade, transportando ambas para um lugar que todos os leitores reconhecem.
Um romance lugubremente luminoso, que nos fala ao ouvido.