É BOM PORQUE
Que livro tão bom e diferente e original e emocionante, escrito numa prosa belíssima e poética que primeiro estranha-se, depois entranha-se. Nesta história conhecemos a pequena Júlia e a sua infância solitária sem o afecto de pais ausentes mais centrados nas suas próprias vidas e rapidamente Aline Bei nos envolve nesta narrativa pautada por abandono parental, violência e luto e a forma como aquela infância sem carinho impacta a sua vida adulta. A prosa de Aline Bei pauta a história de ritmo e há muita coisa que fica nas entrelinhas, o que só torna a história mais densa e acredito que cada leitor terá a sua própria experiência. Acabei de ler a sentir que conhecia a Júlia desde sempre e com metade do meu livro sublinhado pela beleza das frases, dos pensamentos, das emoções escritas. Nota: Aline Bei publicou inicialmente numa pequena editora com uma tiragem mínima de 1000 exemplares que ela própria vendeu no Instagram. Quatro anos depois, esse mesmo livro já vendeu mais de 30 mil e Aline publicou este segundo romance numa das maiores editoras do Brasil. Uma inspiração e a prova em como não importa como começamos, só temos de acreditar na nossa arte.
Pequena Coreografia do Adeus de Aline Bei
PONTOS A FAVOR
😍 Romance em versos original e cativante
💚 Leitura intensa, emocionante, viciante
🥲 Temas fortes: luto, violência, abandono parental
🇧🇷 Autora brasileira
SINOPSE
Com o talento capaz de conjugar numa única frase opostos como beleza e feiura, sofrimento e afeto, leveza e violência, Aline Bei conquistou uma legião de fãs com O Peso do Pássaro Morto, surgindo como uma das grandes reve- lações da literatura brasileira contemporânea. Neste novo romance, a autora consolida o seu estilo único — que explora habilmente ritmo, imagens e forma narrativa — e constrói uma trama inesquecível sobre autodescoberta, amor e trauma.
A protagonista é Julia, uma jovem que chegou à vida adulta tentando juntar os cacos de um relacionamento destroçado: a sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto o pai não suporta a ideia de ter sido casado. Ela cresceu sufocada por uma atmosfera de brigas constan- tes e falta de afeto e, pouco a pouco, tenta desvencilhar-se da bagagem emocional familiar.
Entre lembranças da infância e da adolescência — que moldaram quem ela é — e sonhos para o futuro — que podem ajudá-la a tornar-se quem ela quer ser —, Julia ensaia a sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento dos seus pais que lhe traz marcas indeléveis. Ao longo desse processo, ora consolador ora angustiante, ela encontra uma série de personagens que a ajudam a enfrentar a solidão e dar sentido à sua história: uma dona de pensão, um pugilista aposentado, uma proprietária de um café e um misterioso escritor.
Com a sensibilidade poética que captura a beleza, até mesmo dos sentimentos mais dolorosos, Pequena Coreografia do Adeus é um romance emocionante que examina o poder devastador das relações humanas — e das possibili- dades de encontrar ternura onde menos se espera.