É BOM PORQUE
Este foi um livro que me tocou muito e uma leitura que me envolveu e não conseguia parar de ler, mas saiu no mesmo mês do Mrs March e, tendo de fazer uma escolha, optei pelo outro mas estava desejosa de o trazer. É uma história inteligente e, ao mesmo tempo, com algum humor negro com uma protagonista arrasada pela vida que procura entender quem é e nos leva na sua viagem pela busca da sua identidade, tudo muito frenético e uma leitura que até provoca ansiedade. Aos 30 anos, Pauline está grávida e vai fazer o bilhete de identidade pela primeira vez. A ideia de gerar uma nova vida fá-la entrar numa obsessão em descobrir quem são as três pessoas que lhe deram os outros três nomes próprios que a acompanharam a vida toda: Jeanne, Jerôme e Ysé, três pessoas das quais nada sabe mas cujos nomes ouviu aqui e ali ao longo da sua infância. Oriunda de uma família meio bizarra onde não se fazem perguntas e com uns pais distantes e peculiares, Pauline mergulha numa viagem para tentar saber quem são estas e o que levou os pais a dar-lhe os seus nomes. E quando descobrimos o que lhe aconteceu no Dia Branco, entendemos toda a sua busca. É daqueles livros em que esquecemos que estamos a ler ficção graças à narrativa tão sombria e intensa, um livro inesquecível.
Quem sabe de Pauline Delabroy-Allard
PONTOS A FAVOR
🇫🇷 Autora francesa
🗣️ Incentivo ao diálogo: depressão, ansiedade, solidão, relações familiares disfuncionais
🥲 É uma história sombria e frenética que nos transporta e absorve
📚 Leitura rápida, não conseguimos parar de ler
SINOPSE
Aos trinta anos, grávida, Pauline vai tratar do seu documento de identidade pela primeira vez. Descobre então que, além do nome de batismo, possui outros três nomes próprios: Jeanne, Jérôme e Ysé. Não lhes conhece a origem, nem a razão pela qual lhos deram. Na sua família, não se fala sobre passado ou intimidade; na sua família, não se fazem estas perguntas.
Durante o parto, Pauline vive um momento devastador, que deixa marcas e lhe traz de volta as indagações de sempre. Como estratégia de sobrevivência, inicia uma meticulosa pesquisa e decide procurar os três fantasmas do seu nome. Talvez ao descobri-los encontre a salvação, ou os elementos que lhe faltam para reconstruir uma identidade perdida. É então que conhecemos Jeanne, a bisavó louca; Jérôme, imerso na Paris gay dos anos 1980; e Ysé, heroína de um outro romance.
Quem sabe relata o percurso de uma mulher à procura das suas raízes. Dessa busca, emerge um romance sublime sobre maternidade, luto e segredos de família. Esta é a história de uma obsessão, de um périplo e de um renascimento, mas também de uma surpreendente reflexão sobre a literatura.